DIALOGANDO COM AS OBRAS 3/6
Título: Explorando esplendor feminino I.
Quero ser livre..., num espaço onde as coordenadas cartesianas não sejam suficientes. Lá onde esteja, vendo nosso planeta com dimensões milimétricas, quero apenas sentir saudade das coisas passadas. Vou vagueando em busca de um lugar que reserve só para os que vierem.
Num dia ensolarado calmo e com leve brisa, no agradável ambiente do meu estúdio, onde só ecoam músicas e canções preferidas, assim, planejei este tema. Mas eis que ressaltam os espinhos, como um dia chuvoso num final de expediente é que os cinzas me entristecem. Entretanto, como os fotógrafos, do passado, com sua química a imágem foi surgindo, surgindo, surgindo... e com ela minha elevação. Daí a paixão,as novas possibilidades, aquilo que nunca procurei, pelo menos com muita forço. Conveniência do acaso. Agora, estou ao lado do achado que me deixa feliz, finalmente! Oh! Deus...! Até hoje, amanhã... não sei.
O homem sábio busca não o prazer, mas a libertação das preocupações e sofrimentos (Sócrates).
José Ivanildo.
Título: A pianista.
Foi bastante doloroso pintar este tema. Pois, a cada instante me questionava sobre este tipo de pessoa, que vai seguindo com suas intuições em seu vôo solitário. Isto porque há muito tempo, lá longe, ouvira com os seus ouvidos internos ou que alguém lhe falara sobre sua missão. Alimentando-se desta esperança, cega, lançam-se num universo totalmente escuro e sem garantia de quaisquer espécie.
Observando esta obra nota-se que ela não chegou ao seu resultado final, ainda. Por motivos diversos; ou não sobreviveu a vaidade de alguns, ou o seu nível de exigência sempre primou pela excelência e consequentemente segue uma ética e uma honestidade inabalada, com seus propósitos. Enfim, hoje, esta pianista não se apresenta em palcos suntuosos, não recebe aplausos afetutuosos e muito menos é comentada ou lembrada. Simplesmente toca, toca e toca. Sendo hora ouvida e hora não, onde quer que se apresente.
Daí esta minha afeição e admiração por estas gentes, que vai indo com renovadas esperanças sempre que aparece uma nova curva. Gentes estas que conduzem consigo uma complexidade de bons sentimentos, tem uma personalidade curiosa e enigmática, notada claramente naquelas de boa índole. José Ivanildo.
Título: Srª Albertina numa soneca.
Como é bom uma soneca. Suponho um sonho maravilhoso. Pois, observem a leveza da sua mão direita. Vejo-a entrando no palco de um teatro repleto e sob aplausos afetuosos caminha suavemente, quase deslizando, com um belo vestido longo, emitindo reflexos de azul cobalto com fagulhas brilhantes dos rubís. Em seguida, ao lado do piano cumprimenta o público e calmamente se põe a ajustar o assento, posicionar suas longas pernas e os pés nos pedais, soltar o vestido, enfim tudo adequadamente e cautelosamente, mas bastante natural. Agora, lentamente, vai navegando nas tranquilas águas que só aqueles seres de espírito elevado conseguem alcançar... Quero crer caminhando num jardim, de formato labirinto, em busca de algo que há muito lá guardara, em segredo, para nos mostrar. E, agora, com a cabeça levemente inclinada, para as teclas, levanta os braços e as mãos flutuam num vôo paralisante, tal e qual uma águia nas térmas sobre as montanhas lá longe, vai indo e emitindo sons tão surpreendentes a ponto de nos posicionarmos em uma atmosfera interestelar, talvez..., algo bem além da minha compreensão (Chopin Nocturne em Mi bemol maior, op. 9, N ° 2)...
O quanto o nosso interior nos oferecem possibilidades? Pergunta que bate e rebate, sempre, no meu imaginário.
José Ivanildo.
Título: A ESPERA II. Toda e quaisquer conquista requer: paciência, dedicação, habilidade e inteligência, sobretudo, e , também, pinceladas de abismos. Mas, estas não devem ser muito carregadas. Chamo atenção para a plasticidade do material. seguir um passo de cada vez e dialogando, sempre, com o dito. Mas, entretanto, tenha em conta que haverá altos e baixos. Para isto recomendo a instalação de um dispositivo de alerta, tipo semáforo. Pois, cedo ou tarde esta senoide irá surgir do nada. Tenho observado que este fenomeno está sempre presente, ou melhor é inevitável, é ele quem dita as ordens para o desenvolvimento. Pois, é aí onde reside o perigo! O desespero pode brotar a qualquer instante, é quando entra em cena a maldita insegurança, as incertezas e tudo mais. É um horror! Mas, lembre-se, para todo problema há, pelo menos, uma solução (assunto para um outro momento). Resumo dizendo - Tudo isto não passa de conceitos... Porque na "realidade" enquanto não aparecer a mão de um anjo. Tudo vira nada. Simples assim!
Afortunado será aquele que acredita no investimento da base familiar. José Ivanildo.